sábado, 6 de novembro de 2021

FORMAS DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL: DA CIDADE DO INVISÍVEL PARA VISÍVEL

 1. COMO REALIZAMOS A PESQUISA E EM QUAL BAIRRO 

A pesquisa foi feita acerca do bairro Itaquera, localizado na zona leste de São Paulo. A integrante Gabriela Costa entrevistou a dona Aparecida, de 57 anos, a qual mora em Itaquera há 30 anos. A entrevistada comentou sobre o bairro, citando suas mudanças no decorrer dos anos. 

2. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE 

A professora Dra. Joana Ormundo nos propôs um trabalho no qual precisaríamos fazer um resgate da memória de algum bairro da cidade coletando relatos de antigos moradores. Era necessário que nós, integrantes do grupo, conhecêssemos a região pesquisada. A integrante Gabriela é residente do bairro, e o integrante Ericles morou em um bairro ao lado da região pesquisada neste trabalho. Além disso, nos foi proposta a criação de um blog, no qual devemos postar imagens e vídeos bem como informações que coletamos sobre o bairro pesquisado. Nosso grupo, gravou um vídeo onde uma moradora antiga do bairro Itaquera faz uma análise diacrônica da evolução do bairro, citando as acessibilidades que a comunidade ganhou, como por exemplo o Metrô Itaquera, linhas de ônibus e trem. Além, é claro, do estádio de futebol do time Itaquera. 

3. RELATO CRÍTICO 

De acordo com a semiótica da cultura, todo sujeito contém cultura, pois todo indivíduo faz parte de determinado grupo social. A sociedade contém várias comunidades, e cada comunidade contém um linguajar, religião, costumes, etc. Nosso grupo entrevistou uma moradora de Itaquera, que é uma comunidade que contém sua forma de linguagem, sua estrutura, sua história, suas práticas discursivas etc. A moradora entrevistada discorreu sobre as práticas discursivas da comunidade em que ela vive.


VIOLÊNCIA

Não é possível encontrar com muita facilidade dados exclusivamente sobre violência contra moradores do bairro de Itaquera. Contudo, conforme segundo levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Unicef, divulgado em 21/10/2021, cerca de 100 crianças e adolescentes de até 14 anos são estupradas por dia no Brasil.
Durante o período, foram registrados 179.277 casos de estupro ou estupro de vulnerável com vítimas de zero a 19 anos – uma média de quase 45 mil casos por ano. Crianças de até 10 anos representam 62 mil das vítimas, ou seja, quase 35%, como é o caso das meninas Adrielli Porto e Beatriz Moreira dos Santos, ambas de 3 anos de idade.

Elas foram encontradas mortas dentro de uma van, no Dia das Crianças, na Zona Leste de São Paulo, em outubro de 2017.

        Subnotificação

Ainda que alarmantes, os dados não refletem a gravidade da violência sexual durante a infância e juventude no país e na região. Eles representam um número mínimo de casos nos anos averiguados, uma vez que nem todos as regiões disponibilizaram as informações ou não incluíram a idade das vítimas nas ocorrências.

"A falta de denúncia tem raízes profundas, de uma norma cultural em que é impróprio interferir na família dos outros. Essas crianças precisam de adultos e não conseguem verbalizar. Nem articular a ideia do que está acontecendo com elas. Então, claro, são números subnotificados", diz Danilo Moura, Oficial de Monitoramento e Avaliação do Unicef no Brasil.

O levantamento aponta que a violência sexual é um crime que acontece prioritariamente na infância e no início da adolescência.

"Violência sexual é um crime que acontece na primeira infância. 1/3 das vitimas são crianças, em sua maioria meninas. Muito novas. Não é raro encontrar meninas de 2 a 3 anos, e isso chega em uma delegacia de polícia. Então, para casos de crianças chegarem na delegacia é comum que sejam reincidentes. Quando um familiar percebeu que estava acontecendo um crime e foi denunciar", diz Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O objetivo do estudo era contabilizar os dados a partir de 2016, como foi feito com os índices de mortes violentas intencionais. Entretanto, por conta de falhas e da baixa qualidade das análises dos registros, o Fórum revela que foi necessário excluir essas informações.

            Perfil das vítimas

Ainda de acordo com o levantamento, 86% das vítimas de violência sexual no país são meninas e 14% meninos.

Na divisão por raça, 55% das vítimas são brancas, 44% negras e 0,6% foram registradas como “outras”.

            Violência doméstica

O estudo joga luz sobre a prevalência da violência doméstica: tanto as mortes violentas quanto os estupros ocorrem majoritariamente dentro de casa, e têm autores conhecidos.

A maioria dos casos de violência sexual contra meninas e meninos ocorre na residência da vítima e, para os casos em que há informações sobre a autoria dos crimes, 86% dos autores eram conhecidos.

"É importante repercutir esses dados. Quando a gente fala de educação sexual, muitas vezes as pessoas entendem errado, que é ensinar as pessoas sobre sexo. Não, é mostrar para a criança que existem toques inadequados, e que ela precisa comunicar se algo ocorrer. Educação sexual é fundamental para coibir a violência", completa a especialista.


OS INCENTIVOS CULTURAIS EM ITAQUERA

 

Conforme o decorrer dos anos as ruas de Itaquera obtiveram investimentos em sua infraestrutura, sendo assim seu crescimento populacional foi uma consequência. Atualmente o bairro possui algumas organizações sem fim lucrativos, bibliotecas e áreas de lazer para moradores.


                                                   

A obra Social Dom Bosco é um projeto que já se estende há 40 anos, segundo ela já foram 430 mil pessoas atendidas e 60 milhões de refeições servidas. O objetivo principal deste projeto [...] promover a formação integral da criança, do adolescente, do jovem, do adulto, do idoso e das famílias, buscando a educação à fé e à cidadania [...] cujo, possui diversos incentivos culturais, sendo nas áreas do esporte, artes e até mesmo na profissionalização dos alunos.


(projeto Santa Marcelina)

      
O projeto Santa Marcelina, Centro para criança e adolescente, está localizado em Itaquera desde 1977, realizem ações que buscam o desenvolvimento humano, psíquico e social dos educandos. As atividades também contam com a participação da comunidade nos fins de semana, a qual possui recriações com crianças e adolescentes, mas também, cursos profissionalizantes para adolescentes e adultos.


        O Guri Santa Marcelina é um projeto de educação musical e inclusão sociocultural. No Guri, a música é uma fonte inesgotável de possibilidades na vida das crianças e adolescentes. É a partir da música que eles buscam novas perspectivas pessoais, sociais e comunitárias. O programa integra educação musical de qualidade aliada a uma intervenção social transformadora. O objetivo deste projeto é apoio e experiências capazes de transformar sua realidade.



                                                                      
             Casa Leide das Neves | ICC      

        O Instituto Criança Cidadã, é uma instituição reconhecida de utilidade pública estadual e municipal, certificada como entidade beneficente de assistência social. A missão do ICC é investir na formação de futuras gerações, promovendo a educação, a cultura, o esporte e a assistência à criança e ao adolescente, garantindo o exercício de sua cidadania e propiciando o desenvolvimento comunitário. O projeto possui ações em todas as questões sociais que envolvem a comunidade, seu foco é na formação da cidadania em crianças e adolescentes.


        Fábricas de cultura – cultura e economia criativa de SP


As Fábricas de Cultura constituem espaços de intensas atividades artístico-culturais, com propostas pedagógicas aprofundadas na área de iniciação artístico-cultural, fruição e difusão dos fazeres culturais e sociais dos distritos, abertas à população local.

As atividades são exercidas em prédios próprios, com 7.000 m² em média de área construída, contendo várias salas de aula, biblioteca, estúdio de gravação e teatro.

São espaços de formação e difusão artística e cultural, especialmente desenvolvidos pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e administradas pelo Catavento Cultural e Educacional.

As Fábricas são abertas à população e foram criadas para atender gratuitamente crianças e jovens, de 8 a 21 anos e adultos. Teatro, dança, música, circo, multimeios e artes plásticas são oferecidos para a comunidade com a orientação de especialistas, além de uma biblioteca repleta de atividades, estúdio de gravação e um teatro com 300 lugares para apresentações dos aprendizes e de grupos locais já formados.

A primeira Fábrica de Cultura inaugurada foi a de Vila Curuçá em Março 2011, seguida de Sapopemba em Junho 2011, Itaim Paulista em Setembro 2011, Belém em Junho 2012 e a Fábrica Cidade Tiradentes em Outubro 2013.


Endereço:
 Praça Cívica Ulisses Guimarães, s/n , Brás, 03003-060, São Paulo, SP CEP: 03003-060

Rua: Praça Cívica Ulisses Guimarães

 

        SESC Itaquera

Inaugurado em outubro de 1992, o Sesc Itaquera é uma opção de lazer para os moradores da zona leste ou visitantes de outras regiões. A unidade preserva a área verde da Mata Atlântica e oferece um parque aquático de 5 mil m² de espelho d´água em diferentes níveis com correnteza, borbulha, cascata e chafariz, além de oito toboáguas. O Parque Lúdico do lugar tem três diferentes formas de lazer para crianças e adultos. O espaço Bicho da Mata é uma eco-aventura entre as trilhas da mata onde esculturas gigantes de animais, cavernas, montanhas, ponte pênsil e um mirante estão integrados a paisagem natural. O Espaço das Aventuras está na montanha-labirinto, com 20 metros de altura, onde mora um "ser misterioso", que esconde um tesouro. O desafio é chegar até lá. Pelo caminho, as crianças encontram tanques de areia, túneis, pontes, árvores, cavernas, pântano, flores gigantes, pinguelas e mata-burros. Inaugurado em setembro de 1994, o Espaço Musical tem brinquedos gigantes em forma de instrumentos musicais que representam as famílias de sopro, cordas e percussão que ao mesmo tempo, são escorregadores, trepa-trepa e labirintos.

 Avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 - (11) 2523-9200  

 

Quais foram os efeitos da mudança do bairro após a construção do estádio do Corinthians?

Em 2014, o Brasil sediava a copa do mundo, com isso houve mudanças significativas no que diz respeito à infraestrutura nas regiões onde aconteceram os jogos. Para a abertura de um dos eventos mais importantes do mundo, foi construído no bairro Itaquera, o estádio Arena Corinthians.

A construção trouxe muitas transformações para o bairro, e consequentemente mudanças em vários aspectos para os moradores. O mercado imobiliário na região foi um dos que sofreu uma grande transformação, no momento em que o mundo estava com os olhos voltados para Itaquera, segundo especialistas, nas imediações do estádio houve uma valorização de imóveis quando o mercado estava em baixa nas demais regiões, com um aumento de até 30% no valor do metro quadrado em 2011, conforme divulgado no jornal da Gazeta de São Paulo no mesmo ano.

No comércio local, há um destaque para o Shopping Itaquera, que se situa nas proximidades do estádio, conforme entrevista para o site G1, o gerente de marketing do centro comercial Fábio Quintana, afirmou que houve um aumento considerável de circulação de pessoas no shopping, e com isso, aumento no consumo que acarretou também na expansão do shopping. A demanda aumentou significativamente em dias de jogos, onde os moradores também aproveitam para comercializar seja com venda de bebidas, churrasquinho e afins.

Devido a copa, no entorno do estádio foi construído novas avenidas, alças de ligações, viadutos, passarelas para pedestres, o que conforme relatos de moradores facilitou a mobilidade e o tráfego na região, com acesso às principais avenidas como Jacu-Pêssego e Radial Leste. Vale ressaltar que foi criado novos empregos para dar conta de tamanha mão de obra.

Quanto à segurança no local, os moradores informaram que durante a copa do mundo e atualmente em dia de jogos, é possível constatar policiamento nas ruas, no entanto, em dias de semana e quando não há eventos eles relatam que não há policiamento, evidenciando um esquecimento da população.

. ENTREVISTA

A seguir, confira a entrevista que realizamos com Aparecida de Souza Costa, moradora do bairro há 30 anos.





                REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Criminalidade bairro a bairro, Estadão: <https://infograficos.estadao.com.br/cidades/criminalidade-bairro-a-bairro/>.
"Guaianases,  no  extremo  da  Z ona   Leste  de  SP,  lidera  ranking   de  feminicídios  na cidade". <G1: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/10/21/guaianases-no-extremo-da-zona-leste-de-sp-lidera-ranking-de-feminicidios-na-cidade.ghtml>.
"Cerca de  100 crianças e adolescentes de  até 14 anos são estupradas por dia no Brasil , dizem Unicef e Fórum". G1: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/10/22/cerca-de-100-criancas-e-adolescentes-de-ate-14-anos-sao-estupradas-por-dia-no-brasil-dizem-unicef-e-forum.ghtml>.
Plataforma Dados Culturais SP: <https://mapas.dadosculturais.sp.gov.br/historico/1376/>.
8 passeios culturais para fazer a zona leste de SP. Guia da Semana: <https://www.guiadasemana.com.br/arte/noticia/8-passeios-culturais-para-fazer-na-zona-leste-de-sp>.



Trabalho realizado por Abdias Santos, Ericles Henrique Brito, Gabriela Costa e Vanessa Rodrigues, na disciplina de Semiótica -- prof.ª Joana Ormundo


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